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A alcunha chistosa de “túmulo do samba” dada a São Paulo por Vinícius de Moraes e depois reafirmada por Caetano Veloso na música Sampa, apontava a vocação da cidade para o trabalho, em oposição à realidade dionisíaca do Rio de Janeiro, que seria o “berço do samba nacional”1 . Esta afirmação se popularizou , fazendo com que vários compositores e intérpretes – dentre eles a cantora e compositora Leci Brandão – buscassem resgatar a importância do carnaval e do samba aqui realizados. Interessante notar que para Viana (1995), não houve em São Paulo um movimento para a divulgação ou nacionalização do samba paulista, como o que ocorreu com o samba carioca a partir dos anos 30. Em nossa opinião, deve ser considerado o fato do Rio de Janeiro ter sido a capital do país por um longo período; o que lhe proporcionou maior visibilidade. 2 A designação mundo do samba visa englobar as atividades que têm o samba como o elemento central, de (…) 2A partir do material recolhido durante a etnografia realizada nas escolas de samba Vai-Vai e Unidos do Peruche, no período anterior à realização do carnaval de 2007 (agosto a janeiro), agrupamos elementos que se direcionam para a diversidade dos participantes do mundo do samba2, que se transmuda em distintas representações e discursos, impregnados de um valor histórico a respeito da importância do samba na conformação dos bairros da Bela Vista e Parque Peruche. 3Buscando analisar a variedade de significados a respeito da importância do samba para os bairros, e vice-versa, isto é, dos bairros para o samba, optamos pela utilização das categorias “do pedaço” (Magnani, 1998, 2000, 2002) e “de fora” (Magnani, 1984) para se referir aos participantes do “mundo do samba”; por balizar os costumes, as atitudes e também as representações deles. Ser “da Peruche” ou da “Vai-Vai” expressa para a maioria das pessoas um forte sentimento de pertencimento à escola de samba e ao lugar; sentimento de “donos do pedaço”, proveniente de sua descendência de antigos moradores de lugares específicos, que guardam idiossincrasias. 4A escolha desses recortes se justifica por serem áreas tradicionais de samba na cidade de São Paulo. O Parque Peruche encerra um importante destaque na presença de escolas de samba e blocos carnavalescos. Além disso, nossa afinidade com a comunidade local facilitou o contato com os moradores durante a realização do exercício etnográfico. No caso da Vai-Vai, a escolha foi feita em virtude de ser uma das mais tradicionais escolas de samba da cidade, localizada em um dos “berços” do samba paulistano – o bairro do Bexiga; além de ter um caráter “cosmopolita”, pois congrega freqüentadores dos vários pontos da cidade. 5Utilizando-se de observação direta e entrevistas abertas, e, dentro das oportunidades de convivência com os sambistas e moradores, iniciamos a aproximação com os moradores do Parque Peruche e com os freqüentadores da escola de samba Vai-Vai, bem como a coleta de informações para a nossa investigação. 6Gradualmente, as delimitações de algumas idéias foram se configurando, o que possibilitou refletir sobre as relações e a dinâmica da vida nos dois bairros. Assim, foram basilares além dos depoimentos, a observação de fatos do dia a dia e o ingresso nos bastidores do mundo do samba por meio da participação em festas, ensaios de bateria e eventos de samba promovidos pela comunidade local. Sem isso, dificilmente algumas informações dessas comunidades poderiam ser obtidas. 7Neste sentido, o que esses grupos valorizam e procuram resguardar são as relações sociais centradas na sociabilidade, cujo referencial é a suposta solidariedade que existia “quando São Paulo era da gente…”. Neste contexto, os eventos de samba realizados nas quadras das escolas surgem com grande distinção, pois são os momentos de expressão e manifestação dessas relações; quando então é factível voltar e se apropriar das ruas do bairro ou de alguns espaços públicos. Acreditamos que esta seja uma das normas de entrada no “mundo do samba”, pois são nestes eventos de caráter público que se admitem os “de fora”. 8Nessa medida, não faz parte das normas que orientam a conduta dos sambistas o valor da individualidade. A história que entremeia sua organização social é uma história de trocas e auxílios, embora existam rivalidades e individualismos principalmente envolvendo a disputa no desfile realizado no Sambódromo. 9Além disso, durante a pesquisa de campo, as palavras que muito ouvimos para designar a sociabilidade foram “irmandade” e “família”. O “ser sambista”, apesar das exclusividades procedentes seja da condição de renda, cor, faixa etária ou de expectativas de vida diferentes relacionadas à própria história de vida de cada um, traduz-se na preservação da identificação desse grupo frente às modificações pela qual a sociedade paulistana passou. Assim, o processo de metropolização trouxe mudanças: entrada de novos segmentos populacionais, constituição de novos bairros pela especulação imobiliária e alterações em sua formação social. Este “ser sambista” é quem por oposição, define então o outro: “o estranho”, o “de fora”, o “turista”, o “chegado”, o “irmão”. 3 Artigo publicado na Folha de São Paulo de 16 de Fevereiro de 2007, intitulada “Vai-Vai enfrenta ju (…) 4 A escola de samba Tom Maior já teve seu endereço mudado por três vezes, exigindo uma “flexibilidade (…) 10Para a maior parte dos moradores do Parque Peruche e da Bela Vista, o samba existe e tem importância enquanto “cultura tradicional”. Entretanto, é importante destacar que para alguns deles, as escolas de samba são redutos de marginais que ameaçam a integridade da população local. Este é o caso de uma parte da vizinhança do bairro da Bela Vista, que está recorrendo à Justiça para fechar a quadra da Vai-Vai, por se sentirem incomodados com a interdição das ruas próximas na época do carnaval3. Assim, por exemplo, alguns dos vizinhos da Escola de Samba Vai-Vai cobram do poder público a retirada imediata desta do bairro da Bela Vista, desprezando o fato de que a representação da própria escola de samba está plasmada no bairro4. O samba, enquanto manifestação cultural histórica, não tem aparência para este grupo que, mesmo morando no bairro onde os eventos de samba acontecem, pode ser considerado como “de fora”. Neste sentido, apesar da ampla defesa dos diretores da escola quanto à importância de se preservar a tradição do samba no bairro, muitos proprietários se opôem à permanência da mesma. A fala de um dos proprietários: “quando você morar perto de uma escola de samba vai entender o que eu estou falando”, comprova que a casa é o território do privado e que aí não se aceitam intervenções nem incômodos. 11Outro dado interessante observado durante a pesquisa de campo foi em relação a algumas pessoas que vêm procurando nas escolas de samba um espaço de diversão, principalmente nos finais de semana, durante os ensaios pré-carnavalescos. A valorização do estilo musical “samba de raiz” ganhou espaço na mídia em virtude do valor comercial que passou a ter. Isto foi ajudado pelo fenômeno de vendas de compact disc (CDs) nos últimos anos, principalmente devido ao sucesso de artistas como Zeca Pagodinho, Jorge Aragão e Dudu Nobre. Assim, também nas escolas de samba, muitos querem ouvir e valorizar o “tradicional”. Este “samba de raiz” está evidente em modelos ditados pela indústria cultural, modismo constituído e articulado por apropriações de noções superficiais e supérfluas do samba. 12Pelo visto, o que está em questão é a apropriação do samba e o modo pelo qual ela se dá. Por um lado, temos os sambistas cuja identidade está atrelada à prática social e à história familiar, opondo-se muitas vezes às mudanças impostas pela indústria cultural e do carnaval, cuja modificação é associ
ada ao enfraquecimento de seu próprio universo. Este fato se torna evidente no depoimento de Seu Carlão, presidente de honra da Unidos do Peruche, que enfático afirma: “O que temos hoje é desfile, não mais carnaval”. 5 Como exemplo citamos o Cantinho da Peruche, que acontece todas as segundas-feiras à noite na Escola (…) 13Para esse grupo o carnaval não tem importância isoladamente, faz parte do todo e não é o acontecimento mais significativo, pois não vê essa festa como antes. Ainda para esse grupo, o carnaval adquire sentido enquanto vinculado a outros eventos que acontecem durante o ano todo e potencializam o encontro5. 14Por outro lado, os “de fora” que só aparecem nos meses que antecedem o carnaval, pagam as suas fantasias e têm acesso à escola. Valorizam a escola de samba, mas sem os mesmos critérios dos membros permanentes, repletos de sentimentos de pertencimento ao lugar (embora nem sempre os membros da comunidade morem no bairro). Muitas atitudes se mostram contraditórias pelos próprios dirigentes das escolas, já impregnados da preocupação norteadora ditada pela lógica do lucro, e que em muitas ocasiões desprezam os significados projetados por muitos em sua incorporação ao conjunto social da escola de samba e do bairro em que vivem. 15Desse modo, em meio às mudanças que ocorreram e ainda ocorrem na lógica interna de funcionamento das escolas de samba, é possível identificar pessoas e até famílias inteiras que estão se afastando das escolas de samba por não mais concordarem com os direcionamentos tomados ou por não terem condições financeiras de continuarem participando dos desfiles carnavalescos. 16Seguindo a proposta da descrição densa (Geertz, 1973), foi dada muita liberdade aos entrevistados, para que se sentissem à vontade para expor suas opiniões, vivências e pontos de vista. Esse “deixar o outro à vontade”, intensamente ligado à idéia de realizar entrevistas abertas com alguma base previamente formulada, mas sem a utilização de questionários fixos, restritos e delimitados, retoma de certa maneira o “método geertziano” da descrição densa; no qual trabalha com a descrição interpretativa das manifestações culturais, desvendando as teias de significados tecidas pelos distintos atores sociais. O samba na “quebrada” do Parque Peruche “Nem reis, nem barões comprarão a consciência de quem faz arder a chama da resistência” (Nei Lopes) 17“Quebrada” é um termo comumente empregado pelos sambistas, referindo-se ao lugar de convivência do bairro onde as pessoas estão ou ficam à vontade; semelhantemente àquilo que o antropólogo José Guilherme Magnani classificou como sendo o “pedaço”, O espaço intermediário entre o privado (a casa) e o público, onde se desenvolve uma sociabilidade básica, mais ampla que a fundada nos laços familiares, porém mais densa, significativa e estável que as relações formais e individualizadas impostas pela sociedade (Magnani, 1998, p. 116). 18A zona norte de São Paulo possui um grande número de escolas de samba da cidade, com destaque para aquelas que fazem parte do grupo especial da Liga das Escolas de Samba de São Paulo, que controla a “elite” do carnaval de São Paulo. Podemos citar: Unidos do Peruche, Rosas de Ouro, Mocidade Alegre, Império de Casa Verde, Unidos de Vila Maria, X9 Paulistana; sem contar tantas outras que não estão nesta classificação da Liga, mas fazem parte do samba paulistano. 19Demarcando-se inicialmente uma área a ser pesquisada – o Parque Peruche na zona norte da cidade – observamos grupos diversos e os diferentes significados atribuídos ao samba, ao cotidiano e à memória do bairro e de seus familiares. Desde os primeiros contatos e entrevistas foi constatada a divisão dessa população entre os que são da “quebrada” ou seja, “do pedaço”; e os que não são: na maioria pessoas de outras regiões e que não residem por ali. 20Iniciamos com uma questão genérica acerca do interesse em conhecer um pouco da história do samba no bairro. Em seguida solicitávamos que nos contassem o que sabiam sobre a história do samba naquele lugar. 21Pouco a pouco fomos constatando que, para os mais velhos, falar do bairro tinha o sentido de restauração da memória afetiva fundada nas festas comunitárias e nas relações familiares. Ao reconstituir a memória de alguns sambistas, mostravam-se as relações entre os grupos e as escolas de samba no cotidiano da cidade. Entranhados no passado, iam ao longo das conversas nos fazendo entender um pouco da história do bairro e da cidade. Assim, o Parque Peruche mostrou-se como importante locus de produção de samba e de esperança, apto a aglutinar pessoas e tecer seus cotidianos: Eu não consigo imaginar o bairro sem a escola de samba Unidos do Peruche. Sem ela, o bairro ficaria vazio (José) A raiz da escola está neste lugar. Para nós é gratificante ter uma escola de samba num bairro como esse (Dona Ana) 22 Repletos de estima pelo passado e por sua história, dão mérito às suas características de “pessoas da área”. Embora o bairro tenha mudado muito com o passar dos anos, ainda manifesta a tradição do samba conduzido de geração em geração, atuando como “cimento social”: Samba é coisa que está no sangue. Uma vez que você entra não sai mais, não tem jeito. Aqui é uma família, todo mundo se conhece desde pequeno. Eu moro aqui no Parque Peruche desde quando nasci. Quem fundou a escola foram meus familiares. A Unidos do Peruche é o meu segundo coração. (Carlos) 23 Com o passar dos anos, a intensa urbanização no bairro gerou forte aumento populacional e fez com que essa realidade “de bairro” passasse por transformações muito expressivas. Assim, surgiram mais duas escolas de samba: a Morro da Casa Verde em 1962 e a Império de Casa Verde em 1995, além da Unidos do Peruche que já existia desde 1956: Com o crescimento populacional, surgem o Morro da Casa Verde e a Império de Casa Verde, frutos de um mesmo ideal, embora com interesses diferenciados (Valter). 24 Essas sensações concernentes aos interesses diferenciados de cada escola evidenciam-se, principalmente, em decorrência da competição no Sambódromo entre as duas escolas do Grupo Especial: a Império de Casa Verde e a Unidos do Peruche (esta última rebaixada no carnaval 2007). A Império de Casa Verde possui uma dinâmica diferenciada de política interna em relação a Unidos do Peruche e Morro da Casa Verde, pois o problema dinheiro nunca fez parte das suas dificuldades. Sua quadra para ensaios é um verdadeiro castelo imperial, com colunas romanas estereotipadas nas suas laterais da entrada e um enorme tigre ao centro. Ali existe um importante poder paralelo que extrapola o mundo do samba (Valter). 25 Por outro lado, existe um discurso de pertencimento ao lugar, mesmo entre as pessoas que freqüentam escolas distintas. É esse o discurso preponderante que manifestado pelos moradores do bairro caracteriza profundamente os “de dentro”, não importando a condição sócio-econômica ou a faixa etária em que se encontrem. Para a maioria, a idéia de irmandade é um elemento forte presente no cotidiano, nos encontros, no lugar: Embora existam rivalidades entre as escolas, o discurso da irmandade prevalece. O conflito se expõe na apuração, mas, no geral, existe uma camaradagem muito grande. Em alguns casos, ocorre o auxílio financeiro para a escola poder desfilar e até o empréstimo de peças de bateria (Tiarajú). 26 Há, nesse discurso, algumas particularidades que merecem destaque, sobretudo no tocante às irmandades religiosas presentes em São Paulo no início do século XX. Este período é marcado por restrições intensas com relação à prática religiosa, sendo as irmandades a grande saída encontrada para a resistência da religiosidade atrelada ao candomblé que, no começo do século, passa a incorporar mais intensamente algumas mudanças provenientes das pressões impostas pela Igreja Católica, desde aquela época representante da religião oficial. Como questão de sobrevivência, muitos negros tive
ram que se associar para poder ter maior força na consolidação de sua resistência, diante da espoliação imposta: Além das atividades religiosas que se traduziam na organização de procissões, festas, coroações de reis e rainhas, as irmandades também exerciam atribuições de caráter social como: ajuda aos necessitados, assistência aos doentes, concessão de dotes, visita aos prisioneiros, proteção contra os maus tratos dos senhores e ajuda para a compra da carta de alforria. A mais famosa dentre as inúmeras irmandades de pretos é a de Nossa Senhora do Rosário. Desde os séculos XV e XVI era sob essa invocação que em Portugal se congregavam os homens negros (Quintão, 2002, p. 75). 27 Ainda hoje, muitos negros buscam se associar para restabelecer a identificação perdida na grande cidade, invocando-se a posição de descendentes de famílias escravizadas, sobretudo nas fazendas de café. Recuperar na memória a história do bairro onde passaram a infância e a juventude através da comparação com os avós e bisavós, significa reaver as suas próprias histórias que, apesar de diferentes, vêm impregnadas das heranças culturais referentes ao ser negro no Brasil. Todo mundo se junta, todo mundo participa, busca formas de manter a escola de samba. Aqui somos todos irmãos, seja na cor da pele, seja nos sentimentos (Carlos). 28 No “pedaço” do Parque Peruche, existe uma busca pelos que são iguais, intricando uma rede de relações que combina laços de parentesco, vizinhança, procedência e vínculos; definidos por participação em atividades comunitárias e desportivas, que se remete a uma série de códigos e permite identificar quem é e quem não é “pedaço”. 29Durante todo o tempo que estivemos em campo pudemos observar, seja através das conversas com moradores ou dos eventos de que participamos, a importância dos eventos patrocinados pelas escolas de samba, com destaque para os jogos de futebol: No Parque Peruche, as pessoas se identificam muito com o futebol e tem nele um importante meio de sociabilidade. Desde o início do bairro, isto acontece. Apesar de existirem alguns times de futebol tradicionais (Ponte Preta do Parque Peruche, Cruz da Esperança, Dragões) é na atualidade o time de futebol de salão “Memo-Memo” o que mais empolga os “peruchenses”. Apesar de novo (fundado em 2001), já se sagrou campeão paulista de futebol de salão e arrasta uma enorme torcida do bairro, com muito batuque por onde quer que vá jogar. Curiosamente, na manga da camisa do uniforme do time há uma bandeira do Parque Peruche, escolhida pelos moradores na primeira vez em que se comemorou o aniversário do bairro (Valter). Esta presença das batucadas nos jogos de futebol também é lembrada por Osvaldinho da Cuíca, importante sambista da cidade de São Paulo, ao comentar sobre a formação do cordão carnavalesco Cai-Cai, que depois mudou seu nome para Vai-Vai; ainda na década de 1920. 6 Depoimento transcrito do documentário Samba à Paulista: Fragmentos de uma história esquecida. Escol (…) Antigamente se ia batucar no campo de futebol, fazendo som com instrumentos improvisados até a noite (Osvaldinho da Cuíca)6. 30 A prática do futebol propicia a sociabilidade entre pessoas de outras localidades e dos mais distintos segmentos sociais. Nos encontros, muitas trocas se realizam e novos convites para partidas são feitos. Esta associação entre a fundação de escolas de samba e a prática do futebol é verificada em outros casos, como no da Escola de Samba Rosas de Ouro: 7 Entrevista cedida ao programa “Meu bairro minha escola” da Rede Globo de Televisão, exibido no dia (…) A Rosas de Ouro se originou do time de futebol Glorioso, a partir da reunião de pessoas como nós que acompanhávamos a batucada durante e depois da partida (Maria Helena Brito)7. 31 Segundo a perspectiva do grupo de pessoas entrevistadas, a presença das escolas de samba permite a criação de valores identitários comuns. Para esse grupo, a noção de pertencimento vem atrelada ao imaginário relacionado com a formação do próprio bairro: Eu desfilo na escola do bairro onde eu nasci, onde eu cresci, onde eu acompanho desde pequena. Então eu posso falar que é a escola do meu coração (Ana). 32Depoimentos como estes evidenciam uma profunda conexão com o entorno.Além do que, existe uma relação afetiva entre as pessoas, capaz de gerar identificações e sentimentos de alegria. 33Diferentemente do “pedaço”, onde há uma busca pelos iguais, a “mancha” oferece combinações não esperadas, dando a oportunidade para aqueles que não são do “pedaço” interagir com os que são. Além disso, propiciam uma multiplicidade de relações entre os atores sociais e seus equipamentos, edificações e vias de acesso; abrindo a “quebrada” do Parque Peruche para os que são “de fora”. 34A “mancha” aqui exposta é formada pelas escolas de samba Unidos do Peruche, Império de Casa Verde e Morro da Casa Verde. Fisicamente próximas uma das outras, as três escolas de samba se complementam com o mesmo efeito; transformando-se em um ponto de referência físico, visível e público para um número mais amplo de usuários (Magnani, 1988). Por conseguinte, atraem sem discriminação aqueles que são “de fora”. 35No interior da “mancha” um complexo movimento se dá em função das especificidades de cada uma das escolas de samba. Para o olhar daqueles que são “de fora”, tudo é samba e a presença de novos freqüentadores depende muito da classificação obtida no último carnaval. 36Na Unidos do Peruche, que é a escola mais tradicional da “mancha”, seu público interno é formado por indivíduos que buscam suas origens, que fazem parte do “pedaço” há muito tempo e por isso trazem em seus sentimentos algo de “ancestral”. Ou seja, seus familiares fizeram ou fazem parte da construção do nome da escola, projetando-a para o que é hoje. É uma escola com 50 anos de existência, e por essa razão, muitos sambistas antigos se sentem superiores por ter consigo um passado que lhes diz respeito; relacionado à história de suas próprias vidas. 37A Morro da Casa Verde, apesar de também ser querida pelos moradores do Parque Peruche, não possui uma quadra, mas apenas uma sede. Seus ensaios acontecem nas ruas do “pedaço” e talvez por esta razão tenha poucos participantes. Pelo fato de não ser concorrente direta da Unidos do Peruche por estar há muito tempo em grupos diferentes no desfile carnavalesco, tem nos seus desfiles e seus ensaios (que são em dias não coincidentes com a Unidos do Peruche) a participação de grande número de perucheanos. Em termos econômicos, o Morro da Casa Verde é o “primo pobre” da “mancha”, utilizando-se de uma escola municipal situada dentro do Parque Peruche para a realização de seus ensaios em dias de chuva. 38Por outro lado, a Império de Casa Verde é a caçula da “mancha” e sua fundação se deu através de uma dissidência com a Unidos do Peruche. Com apenas doze anos de existência, é formada por um público mais jovem em comparação com as outras duas e como toda irmã caçula, é “invejada” pelas irmãs mais velhas. Muitos da “quebrada” do Parque Peruche dizem que “é uma escola de samba nova e como todo produto novo possui prazo de validade”. Apesar de ter sido campeã do carnaval do Grupo Especial em 2005 e 2006 e possuir maior capacidade de investimentos por razões já destacadas anteriormente, a Unidos do Peruche e a Morro da Casa Verde continuam tendo destaque entre os moradores do Parque Peruche. 39Mesmo com todas essas peculiaridades das escolas de samba citadas, elas se reconhecem e se respeitam. Na lógica interna do “pedaço”, a “mancha” é bem demarcada por essas peculiaridades, embora para os de “fora” do “pedaço”, trata-se apenas de uma área com concentração de escolas de samba que servem ao lazer e ao espetáculo. 40A “quebrada” do samba evidencia como um olhar “de perto e de dentro” permite desfazer a impressão de que a cidade produz apenas o isolamento do indivídu
o, a fragmentação, a desordem, contrapondo-se os “de longe” aos “de fora”; sem excluí-los. 41Já foi anteriormente colocada a importância, principalmente do futebol, na constituição da “quebrada” do samba. Também já foi comentado aqui que com o crescimento desordenado dessa área, muitos espaços destinados à prática do futebol cederam espaço à ocupação com interesses residencial e comercial. Esses espaços acabaram por se concentrar nos limites da “mancha” e hoje constituem áreas de parada para um público eclético. 8 Em nossa pesquisa de campo nos deparamos com uma série de bares, mercearias e botecos, mas um dele (…) 42Quem joga futebol e freqüenta esses espaços não é necessariamente o público do “pedaço”. O futebol permite o encontro dos diferentes, pois times chegam de todas as partes de São Paulo para jogar com o pessoal da “quebrada” do samba. Um exemplo clássico é o do Grêmio Esportivo Cruz da Esperança, que tem dois ex-jogadores muito famosos como diretores. Este fato atrai pessoas de vários bairros da cidade e dos mais diferentes segmentos sociais, fomentando um “circuito” que abre a possibilidade do “pedaço” sair de seu âmbito particular e conviver com desconhecidos. O “circuito” do futebol une os bares, as escolas de samba e os campos de futebol em uma série de possibilidades para o novo. Aquilo que aparentemente nada tem em comum, revela-se reconhecido pelos seus usuários8. 43Muitas vezes um time que chega na “quebrada” é composto somente por empresários, ou por funcionários de uma churrascaria, ou mesmo por malandros de outra “quebrada”. Assim, muitas trocas vão se realizando nestes encontros e inevitavelmente novos convites serão feitos. O samba na “quebrada” do Bexiga “Quem nunca viu o samba amanhecer Vai no Bexiga pra ver, vai no Bexiga pra ver. O samba não levanta mais poeira Asfalto hoje cobriu o nosso chão Lembrança eu tenho da Saracura Saudade tenho do nosso cordão Bexiga hoje é só arranha-céu e não se vê mais a luz da Lua Mas o Vai-Vai está firme no pedaço É tradição e o samba continua”. (“Tradição” de Geraldo Filme) 9 Homenagem semelhante foi feita por Carlos Drummond de Andrade no “Poema à Nação Mangueirense”, enre (…) 44 A música Tradição de Geraldo Filme expressa a expropriação que a urbanização trouxe aos espaços do samba no Bexiga, “engolindo” parcelas deles. Mas, como diz o compositor, a Vai-Vai continua firme no “pedaço”, pois é parte da tradição do samba paulistano9. 45Como evidenciado anteriormente, existe uma forte vinculação entre a formação de escolas de samba e blocos carnavalescos, que se organizam a partir de times de futebol de várzea. Este é o caso do Cordão Carnavalesco Vai-Vai que “surgiu de um time de futebol de mesmo nome, que por sua vez foi fundado para rivalizar com outro time existente no bairro: o Cai-Cai” (Simson, 1989, p.96). 46Situada na Rua São Vicente n° 276, no bairro da Bela Vista, a escola de samba Vai – Vai é mais do que um local de encontro entre pessoas envolvidas com a dinâmica do samba, ela guarda a tradição do “pedaço”, conforme cantou Geraldo Filme em sua mais famosa composição. No momento em que começamos a freqüentar a escola, tínhamos como intento o entendimento da dinâmica do bairro a partir da análise da “mais visível” escola de samba da cidade. Pretendia-se percebê-la relacionando-a com o cotidiano das pessoas que ali residem e tecem suas relações sociais diárias. 10 As “parceradas” são junções de compositores para a elaboração do samba-enredo. Dá-se muito valor àq (…) 47Em nosso exercício etnográfico, observamos alguns aspectos da organização administrativa, da conformação das alas, dos ensaios da bateria, da escolha do samba-enredo e formação das “parceradas”10 . Uma de nossas primeiras constatações foi a de que a escola apresenta uma dimensão “cosmopolita”, aberta não apenas ao Bexiga, mas até mesmo aos freqüentadores de outras escolas de samba e de outros bairros. Como explicação, há de se destacar o fácil acesso dado pela proximidade a corredores de ônibus e grandes avenidas, como a Brigadeiro Luís Antônio, a Nove de Julho e a Paulista. Pode-se ilustrar tal fato, com uma conversa que tivemos com um freqüentador, que dizia morar no “fim da zona leste” e passou a freqüentar a escola quando trabalhou na região; que segundo ele tem um acesso fácil. Aumentar Original (jpeg, 148k) Mapa do Sub-Distrito da Bela Vista – São Paulo Fonte: http://www.ajorb.com.br/​ O tracejado em  indica o hipotético limite do bairro do Bexiga, que fica totalmente dentro do Sub-Distrito da Bela Vista 48 Tiramos muito proveito do período anterior ao carnaval de 2007, quando os ensaios se intensificaram e a Vai-Vai passou a atrair freqüentadores de diversas regiões da cidade, transformando-se em local para a diversão, além dos ensaios. 11 A quadra tem aproximadamente 170 m² de área, compreendendo um salão maior, um mezanino e várias sal (…) 49Atraídos pelo samba, fonte de lazer nesta época do ano, muitos vão para a escola como se fossem para um bar ou casa noturna. Com tanta gente acrescida, há necessariamente a ocupação das ruas vizinhas da quadra para a realização de alguns eventos (como podemos verificar na foto abaixo, a quadra é pequena)11 . Nesses dias, a quadra fica aberta para a venda e exposição de fantasias, enquanto o samba enredo é entoado entusiasticamente na rua. Aumentar Original (jpeg, 100k) Roda de Samba na Vai-Vai 50 Na ocasião em que ocorreu o último ensaio antes do carnaval, presenciamos a concessão de benção a todos os presentes na quadra, efetuada pelo padre da Igreja Nossa Senhora Achiropita. Segundo alguns entrevistados, isto serve de reforço da confiança para o desfile carnavalesco realizado no Sambódromo. Interessante ainda notar que no mês de maio ou casualmente em outros meses, é realizada a “Missa Afro” na Igreja Nossa Senhora Achiropita. Nesta oportunidade, os cantos católicos cedem lugar à música afro-brasileira e muitos elementos do catolicismo são amalgamados àqueles dos cultos afro-brasileiros. Há de se salientar a devoção dos sambistas aos protetores das religiões afro-brasileiras. Em algumas das escolas que visitamos soubemos da existência de altares dedicados aos orixás e divindades afro-brasileiras, além daqueles destinados aos santos católicos. Como os dedicados aos orixás ficam em lugares acessados apenas pelos “do pedaço”, os “de fora” somente visualizam os altares dos santos católicos, que em geral estão bem visíveis nas quadras das escolas de samba. Não conseguimos fotografar nenhum altar para os orixás, mas somente um dedicado a alguns santos da igreja católica. Interessante notar a presença de santos católicos ao lado de orixás em algumas das escolas de samba visitadas. Este fato comprova a tese de Rita Amaral de que “é sobretudo no estilo de vida festivo do povo de santo e dos freqüentadores das escolas de samba que se pode entender como esses espaços mantêm entre si uma relação de proximidade e sobreposição” (Amaral, 2002 [1992]). Aumentar Original (jpeg, 75k) Altar dedicado aos santos católicos na Unidos do Peruche 12 Um caso de samba-enredo que se tornou famoso e rendeu importante retorno ao compositor foi o da Es (…) 51 Cabem algumas palavras sobre o acompanhamento da disputa dos sambas-enredos de 2007. Existem algumas estratégias para a divulgação do samba junto à comunidade, dentre elas a gravação de compact disc (cd) para distribuição nos ensaios. Esta prática tem como propósito divulgar as composições com a maior abrangência possível, atenta à premiação do samba vencedor na forma de dinheiro ou carro12 . Por outro lado, esta gravação demanda um investimento que visa o retorno financeiro posterior, proveniente da escolha do samba-enredo que representará a escola no desfile carnavalesco. Portanto, é muito comum compositores pedirem apoio a políticos e comerciantes para a confecção e impressão das letras
das músicas, posteriormente distribuídas. Muitas vezes, o compositor contrata cantores profissionais que, além de dar maior qualidade à interpretação da composição concorrente, atraem pessoas para a quadra durante a fase de eliminatórias. 13 Em termos gerais, a sinopse expõe as orientações sobre o tema escolhido para o desfile carnavalesco (…) 52Outra informação a respeito da escolha do samba-enredo nos foi dada por um de nossos entrevistados: “o samba que ganha é sempre o samba do presidente”. Neste sentido, nem sempre importa a qualidade do cd gravado ou da composição, pois o samba-enredo que irá vencer passa pelo crivo da diretoria. Com um detalhamento maior, percebe-se que também o carnavalesco tem um importante papel de orientação na escolha do tema do ano, na medida em que é o responsável pela confecção da sinopse (orientações gerais sobre o enredo do ano), podendo opinar a respeito das composições, dizendo se a mesma está “fora do tema” ou não13. 14 Em algumas das escolas de samba que visitamos, como a Império de Casa Verde, notamos a existência d (…) 53No caso da Vai-Vai, dá-se muito valor aos compositores que são “da casa” e que são reconhecidos pelos vínculos com a comunidade; sendo portadores dos mesmos símbolos, orientações e valores. Outra observação interessante nesta experiência foi a necessidade de que as composições se enquadrassem na sinopse fornecida pela diretoria da escola aos compositores. Ou seja, a letra é obrigada a se relacionar com o tema escolhido para o carnaval do ano. Cabe salientar que as entrevistas realizadas até o presente momento nos apontam que existe o interesse de captar recursos por meio de patrocínios e auxílios provenientes de pessoas e empresas escolhidas para serem homenageadas pelo samba enredo14. 15 Apesar de fazerem parte do mundo do samba, as escolas de samba originadas de times de futebol Gaviõ (…) 54Um detalhamento maior revela que a circulação de compositores entre as agremiações é intensa no período de eliminatórias dos sambas-enredo (agosto a outubro). Isto só não ocorre, em raras exceções, quando o compositor é exclusivo da sua agremiação (exemplo da Vai-Vai e da Camisa Verde). Os compositores que somente concorrem em sua agremiação são chamados de “compositores de ala fechada”. Ainda vale ressaltar que a circulação dos compositores só não é bem vista quando realizada entre as escolas do mesmo grupo (como as do Grupo Especial) ou quando realizada com escolas originadas a partir de torcidas de futebol15. 55Com relação ao público freqüentador, podemos classificá-lo em “turistas” (aqueles que só buscam diversão e aparecem nos momentos que antecedem o desfile carnavalesco, nem sempre conhecendo as normas internas) e os “do pedaço”, que se conhecem e convivem durante o ano todo. Para estes, os eventos que ocorrem na escola durante o ano todo funcionam como oportunidades de lazer e de encontro; onde a quadra é o ponto de referência. 56No que se refere às normas, observamos a existência de uma organização administrativa que, da mesma forma que nas outras escolas de samba, integra uma hierarquia rigidamente estabelecida e respeitada pelos membros integrantes (na maioria, pessoas da comunidade). No topo, encontram-se o presidente e os diretores, seguidos pelos membros distribuídos nas alas e na bateria Assim, podemos pensar que no interior de uma escola de samba como a Vai-Vai existem diferentes formas de apropriação simbólica que ocorrem no espaço da quadra: o lugar para a diretoria, o lugar para os membros da velha guarda, o lugar para os integrantes da bateria, o lugar para os mais idosos, o lugar para os solteiros, o lugar para conversar, o lugar para tocar e não tocar etc. 57Embora a organização interna da escola revele esta hierarquia com relação ao uso e apropriação diferenciada, cada um dos integrantes ressalta a importância de seu trabalho para a escola, além de aparecer presentemente em seu discurso a idéia de trabalho coletivo com fins de vencer o desfile. 58Outro fato que nos chamou a atenção foi o respeito existente internamente, sendo banido qualquer ato preconceituoso. Busca-se tratar a todos como iguais, embora não se possa afirmar que todos sigam esta norma. Estas normas de convivência, constitutivas das relações sociais ali desenvolvidas, transparecem em frases como “aqui dentro todo mundo é respeitado e por isto eu te respeito” ou “não importa o que a pessoa faz lá fora, aqui dentro ela tem que andar na linha”. 59Ao pretender estudar os eventos e atividades realizadas na Vai-Vai entre os meses de agosto a janeiro de 2007, tínhamos também como intenção captar o sentido comunitário dessas atividades, concebendo o samba como produto social. Mas, com o decorrer das visitações, algo novo se vislumbrou: a importância da quadra da escola para a comunidade do Bexiga e arredores. Isto nos permitiu enxergá-la não apenas como mero espaço físico, mas como um produto social repleto de significações. Nela são realizadas as reuniões da diretoria, as rodas de samba semanais e os vários eventos – que só poderiam acontecer da maneira que acontecem neste ambiente, visto que os encontros e trocas ali existentes provêm de uma sociabilidade derivada da combinação de vários fatores. Neste sentido, a quadra atua como fonte de relações sociais específicas, que são o produto de práticas sociais remotas e em constante diálogo com as atuais. 60Em outras palavras, a escola de samba foi observada como o resultado de uma rede emaranhada de relações sociais desenvolvidas historicamente pela comunidade local, onde o passado e o presente dialogam constantemente com a prática cotidiana da comunidade, promovendo novos vínculos e reafirmando antigos laços sociais. Nesse sentido, a quadra da escola reforça e promove vínculos de interação com o lugar e entre as pessoas, constituindo-se em uma forma simbólica espacial que contêm representações construídas pelas pessoas e que envolvem o passado, o presente e o futuro. 61A análise acima exposta deverá nos servir como pista orientadora para futuros exercícios etnográficos. Neste sentido, adotamos uma postura em que foi dado valor à interação pesquisador-pesquisado. A partir desta postura, pudemos articular as informações recolhidas de modo a perceber a interação existente entre as pessoas e o lugar. Sem a existência de um ambiente para o encontro, os vínculos existentes entre os membros da escola de samba não seriam tão estáveis e sólidos. Sem a existência de alguns “arranjos particulares” que somente existem no interior da quadra da escola, esta não passaria de uma construção material. Mais do que isto, ela possui uma “força aglutinadora” de pessoas, sendo um lugar de troca e encontros onde se instauram códigos entendíveis apenas pelos “do pedaço”, que se conhecem e reconhecem mutuamente. Tanto que em nossas primeiras visitas, fomos considerados estranhos pelos freqüentadores habituais da escola, que se aproximavam e perguntavam quem éramos e o que fazíamos. 62A partir das evidências constatadas, passamos a acreditar que a quadra poderia ser classificada como um “pedaço”, na medida em que este é definido por Magnani (1998). O “pedaço” da Vai-Vai é dependente dos vínculos mantidos e fortalecidos pelos encontros propiciados em diversos momentos do ano. Esse nosso recorte revelou algumas reflexões associadas ao “pedaço”. Dessa forma, configurou-se uma exploração da escola de samba Vai-Vai, sua organização, seus eventos, seus integrantes e algumas das suas normas de funcionamento. 63Como já exposto, nem todos os freqüentadores pertencem ao bairro da Bela Vista, devido à localização central da escola e sua referência para o samba paulistano. Além deste fato, um de nossos entrevistados afirmou que: A Vai-Vai é uma escola de samba universal, aberta, por mais que tenha a vinculação com o Bexiga. Com a construção das avenidas, valorização dos terrenos e remoção dos cortiços, muitos de seus componentes fora
m para a cidade inteira. (Tiarajú) 64 Embora uma boa parte dos freqüentadores seja proveniente de outros bairros, buscam um ponto de aglutinação para a construção e fortalecimento de seus laços. Mais do que alguns significados relevantes subjacentes à estrutura da escola de samba Vai-Vai, abriram-se novas possibilidades de estudo que não se faziam presentes inicialmente, delineando alguns novos rumos que podem ser tomados como orientadores de futuras idas a campo. 65Com a expansão da cidade, a noção de pertencimento sofreu modificações, visto que boa parte dos integrantes da Escola de Samba Vai-Vai, por exemplo, não mais residem no bairro da Bela Vista. Pelo que temos constatado isto também ocorre em outras escolas, de maneiras diferentes, pois em alguns bairros as pessoas podem ter se mudado menos e terem maiores vínculos com o lugar; em outras palavras, estarem mais territorializadas. Em virtude desta nova possibilidade que se vislumbra, torna-se necessária a busca de uma categoria que mostre que a noção de pertencimento extrapola a noção de bairro. Ou seja, que mostre que o pertencimento a uma escola de samba nem sempre constitui vínculo de moradia com aquele bairro, mas insere-se num “circuito” no molde do conceito trabalho por José Guilherme Magnani (2000). Esta categoria pode se mostrar adequada à análise das práticas de circulação associadas ao samba, por sua flexibilidade em ativar ou desativar as ações dos sambistas nas diferentes formas de apropriação territorial. Assim sendo, as práticas sociais ligadas ao samba demonstram ter enorme fluidez e mobilidade, além de serem realizadas sazonalmente por alguns ou de maneira regular por outros. Topo da página BIBLIOGRAFIA AMARAL, Rita. Xirê! o modo de crer e de viver do candomblé Rio de Janeiro,Pallas Ed. 2002. CAVALCANTI, Maria Laura Viveiros de Castro. Os sentidos no espetáculo. Revista de Antropologia, 2002, vol.45, nº 1. CAVALCANTI, Maria Laura Viveiros de Castro. O rito e o tempo: ensaios sobre o carnaval. Civilização Brasileira, 1999. CAVALCANTI, Maria Laura Viveiros de Castro. Carnaval carioca: dos bastidores ao desfile. Ed. UFRJ, 1994. GEERTZ, Clifford. A interpretação das culturas. Rio de Janeiro: Zahar Editores, 1973. MAGNANI, José Guilherme Cantor. Santana do Parnaíba: memória e cotidiano. Relatório apresentado ao Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico e Turístico do Estado – CONDEPHAAT, 1984. MAGNANI, José Guilherme Cantor. Festa no Pedaço: Cultura Popular e Lazer na Cidade. São Paulo, Hucitec, 1998. MAGNANI, José Guilherme Cantor & TORRES, Lilian de Lucca (Orgs.). Na metrópole: textos de antropologia urbana. 2ª ed. São Paulo: Edusp/Fapesp, 2000. MAGNANI, José Guilherme Cantor. De perto e de dentro: notas para uma etnografia urbana. In: Revista Brasileira de Ciências Sociais, vol. 17, n° 49, São Paulo, 2002. p 24 – 38 QUINTÃO, Antônia Aparecida. Lá vem o meu parente: As irmandades de pretos e pardos no Rio de Janeiro e em Pernambuco (século XVIII). São Paulo: Annablume/Fapesp, 2002. SILVA, Vagner Gonçalves da; BAPTISTA, R. R.; AZEVEDO, C. ; BUENO, A.. Madrinha Eunice e Geraldo Filme: Memórias do Samba Paulista. In: Vagner Gonçalves da Silva. (Org.). Artes do Corpo. Coleção Memória afro-brasileira. 1 ed. São Paulo: Summus/Selo Negro, 2004, v. 2, p. 123-187. SIMSON, Olga Von. Brancos e negros no carnaval popular paulistano (1914-1918). São Paulo, 245f Tese (Doutorado). Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, Universidade de São Paulo, São Paulo, 1989. VIANA, Hermano. O mistério do samba. Rio de Janeiro: Zahar, 1995 Topo da página NOTAS 1 Em visita recente à cidade do Rio de Janeiro, ao nos apresentarmos como pesquisadores do samba paulistano, ouvimos a seguinte frase: “Em São Paulo, cordão só se for de isolamento e bloco de concreto”. Interessante destacar que esta é uma provocação antiga feita pelos cariocas aos paulistas, que nos anos 70 gerou dezenas de respostas em matérias jornalísticas escritas pelo diretor de teatro Plínio Marcos. Em 1975, Plínio criou a Banda Bandalha, ainda existente com a denominação de Banda Redonda, atualmente organizada por Carlos Alves Costa. 2 A designação mundo do samba visa englobar as atividades que têm o samba como o elemento central, dentre elas aquelas que acontecem nas escolas de samba, rodas de samba, bares e casas noturnas especializadas, projetos e movimentos de samba. 3 Artigo publicado na Folha de São Paulo de 16 de Fevereiro de 2007, intitulada “Vai-Vai enfrenta juízes do Carnaval 2007 e do Tribunal”, sob autoria de Alice Assunção. 4 A escola de samba Tom Maior já teve seu endereço mudado por três vezes, exigindo uma “flexibilidade” maior dos membros de sua comunidade. 5 Como exemplo citamos o Cantinho da Peruche, que acontece todas as segundas-feiras à noite na Escola de Samba Unidos do Peruche. Mais do que uma roda de samba, trata-se de um momento de encontro entre os integrantes da escola e a ala de compositores, responsável pela preservação da tradição na escola. A faixa etária média dos freqüentadores está acima dos 40 anos, demonstrando a importância da “velha guarda” para a preservação da tradição na escola. Por cerca de três horas, as músicas de antigos compositores são tocadas e cantadas pelos participantes. 6 Depoimento transcrito do documentário Samba à Paulista: Fragmentos de uma história esquecida. Escola de Comunicação e Artes – USP, São Paulo, 2006. 7 Entrevista cedida ao programa “Meu bairro minha escola” da Rede Globo de Televisão, exibido no dia 11 de fevereiro de 2007. 8 Em nossa pesquisa de campo nos deparamos com uma série de bares, mercearias e botecos, mas um deles merece referência. Conhecido como “Picanharia do Gaúcho” esse estabelecimento iniciou suas atividades vendendo picanhas argentinas e uruguaias em uma churrasqueira de latão colocada na calçada. Atualmente é um importante ponto de referência no meio da “mancha”. Curioso notar que, tal é a heterogeneidade de seus freqüentadores, que além do pessoal do “pedaço” encontramos gaúchos, nordestinos e pessoas das mais diversas regiões de São Paulo. No ano passado, cerca de quinze pessoas, entre funcionários e freqüentadores da “picanharia do gaúcho”, resolveram se organizar e participar do desfile carnavalesco em uma das escolas de samba da “mancha”. Temos aí uma representação clara de um novo padrão de troca, entre os funcionários da “picanharia” – na maioria gaúchos, e os freqüentadores – muitos deles moradores do Jardim São Bento, bairro situado dentro da “mancha” e formado por famílias de alta renda. Neste sentido, se estes moradores ficassem nas piscinas de seus condomínios, dificilmente teriam a oportunidade de ter contato com uma escola de samba, visto que antes deste acontecimento provavelmente jamais teriam ido a uma quadra de escola de samba. Interessante observar ainda que alguns deles se empolgaram tanto que convidaram amigos de Miami (EUA) para desfilarem no próximo ano. 9 Homenagem semelhante foi feita por Carlos Drummond de Andrade no “Poema à Nação Mangueirense”, enredo da Escola de Samba Mangueira no ano de 1987. 10 As “parceradas” são junções de compositores para a elaboração do samba-enredo. Dá-se muito valor àqueles que são “da casa” e reconhecidos como tendo maiores vínculos com a comunidade; sendo portadores de mesmos símbolos, orientações e valores. 11 A quadra tem aproximadamente 170 m² de área, compreendendo um salão maior, um mezanino e várias salas menores. 12 Um caso de samba-enredo que se tornou famoso e rendeu importante retorno ao compositor foi o da Escola de Samba Gaviões da Fiel no ano de 1995, que tinha como refrão: “Me dê a mão me abraça viaja comigo pro céu, sou gavião levando a taça, com muito orgulho pra delírio da Fiel”. Além de ter conduzido a escola à sua primeira vitória no Grupo Especial, este samba-enredo ficou amplamente conhecido. 13 Em termos gerais, a sinopse expõe as orientações sobre o tema escolhido para o desf
ile carnavalesco para cada ano, especificamente 14 Em algumas das escolas de samba que visitamos, como a Império de Casa Verde, notamos a existência de camarotes reservados à diretoria e “patronos” da escola que nela aplicam grandes montantes de capital). Paradoxalmente, pode-se dizer que se reproduz na dinâmica interna das escolas a estrutura de classes sociais segregadas e segregadoras. 15 Apesar de fazerem parte do mundo do samba, as escolas de samba originadas de times de futebol Gaviões da Fiel, Mancha Verde, Camisa 12 e Torcida Jovem Santista apresentam uma lógica de torcida uniformizada e, muitas vezes, reproduzem no desfile os mesmos atos de agressão praticados nos estádios. Dentre as inúmeras ocorrências, destaca-se o carnaval de 2005, quando integrantes da Gaviões da Fiel deram as costas durante o desfile das escolas rivais, além de causarem transtornos no dia da apuração. Por conta destas atitudes, a partir de 2006 passaram a vigorar dois títulos no carnaval paulistano. Além do título do Grupo Especial, há agora o do Grupo Especial das Escolas de Samba Desportivas, vencido pela Mancha Verde em 2007. Observamos que estas escolas não fazem questão de assumir o discurso de pertencimento a um bairro específico. Topo da página ÍNDICE DAS ILUSTRAÇÕES Legenda Mapa do Sub-Distrito da Bela Vista – São Paulo Fonte: http://www.ajorb.com.br/​ URL http://journals.openedition.org/pontourbe/docannexe/image/1903/img-1.jpg Ficheiro image/jpeg, 148k Legenda Roda de Samba na Vai-Vai URL http://journals.openedition.org/pontourbe/docannexe/image/1903/img-2.jpg Ficheiro image/jpeg, 100k
Casa Verde é um distrito localizado na Zona Norte do município de São Paulo, preponderantemente de classe média. Ponto de transição entre a região de Santana e da Freguesia do Ó, abriga em seus limites o Jardim São Bento, um dos bairros mais nobres da zona norte.[1] Apesar de não possuir nenhuma estação do Metrô, o distrito conta com fácil acesso à Estação Palmeiras-Barra Funda da Linha 3-Vermelha e à Estação Santana da Linha 1-, além de contar com um terminal de ônibus, o Terminal Casa Verde, localizado na Av. Engenheiro Caetano Álvares. Os bairros da Casa Verde são os seguintes: Casa Verde; Casa Verde Baixa; Casa Verde Média; Casa Verde Alta; Vila Baruel; Parque Souza Aranha; Jardim das Laranjeiras; Vila Célia; Vila Bandeirantes; Parque Peruche; Vila Vanda: Jardim São Bento; Jardim Ibéria; Jardim São Domingos; Jardim São Miguel; Vila Minozi Imirim; Parque Léo; Vila Gouveia; Vila Rosin; Sítio do Mandaqui; Índice 1 História 2 Cronologia da Casa Verde 3 Distritos limítrofes 4 Ver também 5 Referências 6 Ligações externas História Conhecido anteriormente sob o nome de Vila Tietê, tornou-se distrito, separado de Santana, em 1928. Perdeu parte de seu território em 1964, para a constituição dos distritos de Vila Nova Cachoeirinha e Limão. Em 1986, toda a configuração de distritos e subdistritos do município de São Paulo foi alterada por lei municipal. A Casa Verde e no horizonte, a Marginal Tietê e a Barra Funda. O velho sítio da Casa Verde, que já fora propriedade do aclamado “rei” Amador Bueno (em 1641 pelos espanhóis residentes em São Paulo) e que posteriormente passa ser propriedade do militar José Arouche de Toledo Rendon, descendente de Amador Bueno. Foi nessa época pelo que consta em documentos do arquivo histórico do municipio que a região acaba por ser conhecida popularmente como “sítio das moças da casa verde” e sítio da casa verde. Em 1842 João Maxwell Rudge torna-se proprietário da área da margem direita do Tietê; seus herdeiros em 1913 lotearam a área onde pretendiam criar o bairro como “Vila Tietê”. O empreendimento é bem-sucedido. O nome, no entanto, não resiste a força popular das histórias do sítio das moças da Casa Verde. O desenvolvimento é lento só acelerado no ritmo que os benefícios chegam no bairro (a construção da ponte de madeira, chegada do bonde, a luz elétrica, a construção da igreja, o distrito de paz…). Em 1857, Toledo Rendon vendeu suas terras para Francisco Antonio Baruel, pai de um farmacêutico muito conhecido na cidade, que depois repassou uma parte ao tenente-coronel Fidélis Nepomuceno Prates. Finalmente, em 1882, elas acabaram nas mãos de João Maxwell Rudge, filho do inglês John Rudge, cujos herdeiros as lotearam em 1897 para criar um bairro com o nome de Vila Tietê. No entanto, a lembrança das “meninas da Casa Verde” foi mais forte.[2] Antiga sede da Rede Manchete No distrito encontra-se parte da Avenida Engenheiro Caetano Álvares, nesta situa-se o Fórum Regional de Santana. Também abrigou em seu território os antigos estúdios da extinta Rede Manchete, nos anos 1990. No distrito convivem três escolas de samba, Império de Casa Verde, Morro da Casa Verde e Unidos do Peruche. Tem como principais vias de acesso as Avenidas Imirim, Ordem e Progresso, Brás Leme, Casa Verde, Rua Zilda, Rua Leão XIII e Marginal Tietê. O Fórum Regional de Santana, na divisa entre a Casa Verde e o Limão Evolução demográfica do distrito da Casa Verde [3] Cronologia da Casa Verde 1638 – sítio com um total de 200 alqueires, propriedade do “todo poderoso” Amador Bueno da Ribeira (provedor da capitania, capitão mor, ouvidor, contador de fazenda real, juíz de orfãos) – e aclamado pelos espanhóis – aqui radicado em 1641 como “rei”. Na época era cultivado na região trigo, cevado, vinha, produtos considerados tipicamente europeus. 1794 – O tenente coronel José Arouche de Toledo Rendon envia ao seu irmão em Lisboa uma caixa de café produzido no sítio. 1852 – O sítio passa para Francisco Antonio Baruel passando por diversos outros donos. 1882 – João Maxwell Rudge torna-se proprietário do sítio. 1913 – Os herdeiros de Maxwell Rudge decidem lotear o sítio. Em 21 de maio o 1º lote é vendido. Eles dão o nome de Vila Tietê que afinal não foi assimilado pela população continuando a ser conhecida como Casa Verde. 1915 – Os irmãos Rudge constroem a ponte de madeira sobre o Rio Tietê. 1922 – Chegada do bonde no bairro. 1925 – Lançada pedra fundamental da Igreja S. João Evangelista. 1927 – Lançada pedra fundamental da Paróquia N.S. das Dores. 1928 – Lei nº 2335 de 28 de dezembro cria o distrito de paz da Casa Verde. 1937 – Chegada da luz elétrica do bairro. 1954 – A ponte de madeira é substituída pela atual de concreto. Panorama do bairro da Casa Verde e seus edifícios. Distritos limítrofes Cachoeirinha (Norte) Mandaqui (Nordeste) Limão (Oeste) Santana (Leste) Barra Funda (Sul) Santa Cecília (Sul) Bom Retiro (Sudeste) Ver também Lista de distritos de São Paulo População dos distritos de São Paulo (Censo 2010) Área territorial dos distritos de São Paulo (IBGE) Telecomunicações em São Paulo Referências «Santana eleva padrão de lançamentos na zona norte de São Paulo». Folha Online. 25 de outubro de 2009. Consultado em 3 de dezembro de 2009 «Histórico – Portal da Prefeitura Municipal de São Paulo». www.prefeitura.sp.gov.br. Consultado em 22 de dezembro de 2015 «Tabelas» ,DESENTUPIDORA No No Parque Peruche A  desentupidora No No Parque Peruche, esta preparada para atender clientes com muita urgência para serviços de desentupimento em Residências, Indústrias, Comercio, Restaurantes, Escolas, Hospitais, Portos, Aeroportos e ETC. booked.net +33 ° C +34° +19° São Paulo Segunda-Feira, 13 Terça-Feira +35° +22° Quarta-Feira +28° +19° Quinta-Feira +18° +15° Sexta-Feira +18° +15° Sábado +28° +16° Domingo +33° +18° Ver Previsão de 7 Dias Previous Next Title Description Previous Next ALGUNS DE NOSSOS SERVIÇOS: *- DESENTUPIMENTO DE VASOS SANITÁRIOS *- DESENTUPIMENTO DE RALOS *- DESENTUPIMENTO DE RAMAIS E ESGOTOS EM GERAL *- DESENTUPIMENTO DE PIAS E TANQUES *- DESENTUPIMENTO DE COLUNAS PREDIAIS *- DESENTUPIMENTOS DE AGUAS PLUVIAIS ATENDEMOS TODOS OS BAIRROS No No Parque Peruche OFERECENDO OS SERVIÇOS DE: DESENTUPIMENTO DE VASOS SANITÁRIOS No No Parque Peruche DESENTUPIMENTO DE RA
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